Indicações Geográficas no Brasil
As regiões vinícolas brasileiras vêm investindo na busca por certificações de origem, uma espécie de assinatura que atesta a qualidade de cada terroir de nosso país. Confira quais zonas produtoras já foram consagradas e as que estão em processo de reconhecimento.

Fonte: IBRAVIN
Vale dos Vinhedos
Pioneiro na busca por regras de certificação, o Vale dos Vinhedos foi a primeira zona produtora a receber a Denominação de Origem (DO) para vinhos no Brasil.
A conquista ocorreu em 2012, exatos 10 anos após a região alcançar o status de Indicação de Procedência (IP), pré-requisito exigido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para a concessão da DO.
A classificação exige o cumprimento de normas bastante restritas, que abrangem desde o cultivo da uva até o engarrafamento do vinho.
Algumas regras do Vale dos Vinhedos
- Variedades autorizadas - Vinhos: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Tannat, Chardonnay e Riesling Itálico; Espumantes: Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico.
- A produtividade é limitada em 10 toneladas por hectare para os vinhos e 12 toneladas por hectare para espumantes.
- Graduação alcoólica mínima de 12% para tintos, 11% para brancos e 11,5% para espumantes
- Espumantes secos devem ser feitos pelo Método Tradicional.
- Chaptalização e uso de chips ou lascas de carvalho não são autorizados.
Pinto Bandeira

fonte: Ibravin
A vocação das vinícolas localizadas em Pinto Bandeira para a elaboração de espumantes foi reconhecida em 2010 pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) por meio da Indicação de Procedência (IP) para a região. a região fica a nordeste da cidade de Bento Gonçalves.
A grande qualidade dos espumantes , sejam secos ou doces , chamou atenção também para os vinhos feitos na mesma área, que foram igualmente incluídos na classificação.
Os produtos que recebem o selo da IP são previamente avaliados por um júri regulador, que verifica se os rótulos apresentam a qualidade mínima esperada e se trazem as características particulares dos vinhos e espumantes elaborados em Pinto Bandeira.
Algumas regras da IP Pinto Bandeira
- Variedades autorizadas - Espumantes secos: Chardonnay, Pinot Noir, Riesling Itálico, Viognier; Espumantes doces: Moscato Branco, Moscato Giallo, Moscatel Nazareno, Moscato de Alexandria, Malvasia de Candia, Malvasia Bianca; Vinhos: Cabernet Franc, Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Tannat, Pinotage, Ancellotta, Sangiovese, Chardonnay, Riesling Itálico, Moscato Branco, Moscato Giallo, Trebbiano, Malvasia Bianca, Malvasia de Candia, Sémillon, Peverella, Viognier, Sauvignon Blanc, Gewurztraminer
- Espumantes secos devem ser feitos pelo Método Tradicional
- Vinhedos com controle de produtividade
Altos Montes
Com 173,84 quilômetros quadrados, a Indicação de Procedência (IP) Altos Montes é a maior já certificada no Brasil. Abrange Flores da Cunha e Nova Pádua, municípios que estão entre os maiores produtores de vinhos por volume do Brasil.Foi assim batizada por causa de seu relevo acidentado e pela altitude, que chega a 885 metros em relação ao nível do mar.
O cultivo da uva na região é marcado pela ocorrência em pequenas propriedades e por empregar basicamente mão-de-obra familiar. Isso não impediu que as vinícolas fizessem uso de alta tecnologia para elaborar vinhos cada vez melhores.

Algumas regras da IP Altos Montes
- Variedades autorizadas - Vinhos: Cabernet Franc, Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, Ancellotta, Refosco, Marselan, Tannat, Riesling Itálico, Malvasia de Candia, Chardonnay, Moscato Giallo, Sauvignon Blanc, Gewurztraminer, Moscato de Alexandria, clone R2; Espumantes secos: Riesling Itálico, Chardonnay, Pinot Noir, Trebbiano; Espumantes doces: Moscato Branco, Moscato.
- No mínimo 85% da uva utilizada deve ser proveniente da área delimitada. A elaboração, envelhecimento e engarrafamento dos produtos deve ocorrer dentro da área geográfica delimitada.
- Vinhedos com controle de produtividade.
- Nenhum vinho pode ir para o mercado sem passar pelo crivo da comissão de degustação.
Vales da Uva Goethe
Única Indicação de Procedência (IP) relativa à vitivinicultura fora do Rio Grande do Sul até agora, os Vales da Uva Goethe compreendem a produção de vinhos brancos, espumantes ou licorosos a partir dessa variedade no Litoral Sul de Santa Catarina. O ponto de referência geográfico da IP é a cidade de Urussanga, mas ela se estende por outros sete municípios vizinhos.Obtida em 2011, a certificação de origem foi uma conquista da Associação dos Produtores da Uva e do Vinho Goethe da Região de Urussanga.
Vales da Uva Goethe
Única Indicação de Procedência (IP) relativa à vitivinicultura fora do Rio Grande do Sul até agora, os Vales da Uva Goethe compreendem a produção de vinhos brancos, espumantes ou licorosos a partir dessa variedade no Litoral Sul de Santa Catarina. O ponto de referência geográfico da IP é a cidade de Urussanga, mas ela se estende por outros sete municípios vizinhos.Obtida em 2011, a certificação de origem foi uma conquista da Associação dos Produtores da Uva e do Vinho Goethe da Região de Urussanga (Progoethe), entidade fundada para agregar vinicultores e desenvolver a imagem dessa casta.
Novas iniciativas de indicação de procedencia vinícola no país
A busca por certificações que atestem a origem e a qualidade de vinhos e espumantes é uma tendência que cada vez mais ganha força no país. A maior parte das iniciativas se concentra no Rio Grande do Sul, mas propostas nesse sentido começam a surgir também em outros lugares do Brasil. Na Serra Gaúcha, duas regiões trabalham para conquistar o reconhecimento. Os Vinhedos de Monte Belo (Aprobelo) já ingressaram com pedido no INPI para a Indicação Geográfica. Na cidade vizinha de Farroupilha, a Associação Farroupilhense de Produtores de Vinhos, Espumantes, Sucos e Derivados (Afavin) tem projeto similar, visando especialmente a promoção de seus moscatéis.
Ainda no Rio Grande do Sul, a entidade Vinhos da Campanha trabalha para o reconhecimento da zona produtora que abrange a fronteira do Brasil com o Uruguai. Em outro extremo do Brasil, os produtores ligados ao Instituto do Vinho Vale do São Francisco (VinhoVasf) buscam a certificação para o Vale do Submédio São Francisco. Conforme novas regiões vinícolas vão se desenvolvendo no país, são esperados mais pedidos de indicação geográfica. Claramente, esse é um processo que está apenas começando.
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