O Brasil passa atualmente pelo melhor momento da indústria vitivinícola desde a primeira introdução das vinhas em território brasileiro, só não é ainda maior por conta da importação em massa de vinhos de Argentina e Chile, trazidos com uma carga tributária simbólica.
O reconhecimento aos vinhos produzidos no Brasil já esta consolidado, e agora, os governos juntamente com os produtores se mexem para construir normas que organizem e regulamentem, ainda mais, a produção do vinho fino nacional. O mercado e a evolução dos vinhos nacionais estão em plena expansão e sabem aonde querem chegar.
Para entendermos um pouco a evolução dos vinhos finos brasileiros, podemos observá-los em gerações: a 1ª geração é a dos chamados “Vinhos de Americanas”, ou seja, vinhos elaborados com variedades de uvas “Americanas”, uma espécie de uva chamada Vitis Labrusca, que chegou ao Brasil pelas mãos do inglês John Rudge, por volta de 1830. O período entre 1870 e 1920 é o de implantação da vitivinicultura no país, e marca essa primeira geração – a 2ª geração é a dos chamados “Vinhos de Viníferas” elaborados após a introdução das uvas vitiviniferas, ideais para a elaboração de vinhos finos. O período entre 1930 e 1960, é um período de diversificação dos rótulos – e a 3ª geração – é a dos chamados “Vinhos Varietais” - período entre 1970 e 1990 é o de incremento da qualidade e ampliação de opções de vinhos finos no mercado - já a 4ª e última geração é a dos “Anos 2000” – uma fase de transição e consolidação, tanto no mercado nacional, como no mercado internacional.
Após todo este processo de evolução da indústria do vinho brasileiro, agora é a hora dos produtores nacionais exporem o que eles têm de melhor.
Atualmente temos a indicação de procedência do Vale dos Vinhedos – região do Rio Grande do Sul, mais especificamente o município de Bento Gonçalves, que sofre as regras exigidas e determinadas pelas normas da indicação de procedência. A indicação de procedência Vale dos Vinhedos foi criada em 22 de Novembro e 2002, portanto, pouco tempo, se comparado às centenárias denominações de origem européias, e tem como objetivo principal; delimitar as principais áreas de produção; selecionar e cadastrar as uvas para a elaboração dos vinhos, muitas vezes, determinando as uvas principais e suas porcentagens autorizadas; determinar os produtos químicos, ou não, que podem ser utilizados durante e após a colheita, e o mais recente; que é o controle da quantidade de uvas por pé. Um sistema em que a prioridade é a quantidade pequena de frutos na parreira dando ênfase a qualidade espera das uvas e conseqüentemente do resultado final do vinho
Recentemente tivemos a criação da segunda indicação de procedência no Brasil, a de “Pinto Bandeira”, cidade localizada a nordeste do território Rio-grandense. Esta nova IP foi criada no dia 13 de Julho de 2010 e luta para a sua obtenção desde 2003 e a partir agora poderá mostrar com exclusividade a elaboração dos vinhos feitos na montanha.
Outras áreas, em território nacional, aguardam para futuramente obterem as indicações de procedência, além do Vale dos Vinhedos e Pinto Bandeira já implantadas, as cidades de Flores da Cunha e Nova Pádua. A região da Campanha Gaúcha que fica na divisa com o Uruguai, e regiões como a Serra do Sudeste, e o Vale do São Francisco, no nordeste do Brasil, futuramente irão poder entrar para o “hall” das regiões de indicação de procedência. Esse fato é importante para os produtores, porque fica mais fácil a entrada e permanência em mercados exigentes como o europeu e o americano.
Um brinde ao vinho nacional!
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